domingo, 4 de maio de 2025

"Seu Corpo Não Gosta de Treinar, Mas o Sedentarismo Gosta de Te Matar".

 


Vamos falar a real: seu corpo não nasceu querendo malhar. Se ele pudesse escolher, estaria agora largado no sofá, com um balde de pipoca de um lado e o controle remoto do outro, pronto pra mais uma maratona — de série, claro, não de corrida. Mas não se engane: essa vontade de não fazer nada é herança dos nossos antepassados. O corpo humano foi moldado para economizar energia, afinal, lá na era das cavernas, quem gastava energia à toa acabava devorado ou desmaiado de fome.

O problema é que hoje o bicho-papão não é mais um tigre dente-de-sabre, e sim o sedentarismo — silencioso, traiçoeiro e letal. E ele não está nem um pouco preocupado com o seu boletim de ginástica.


Por que o corpo “odeia” treinar?

Simples: porque o treino é desconfortável. Seu cérebro, esperto como é, tenta te proteger de tudo que considera um "sofrimento desnecessário". E subir escada em vez de pegar o elevador? Pra ele, é tortura medieval. Ele vai te dar mil desculpas pra não treinar: “Tá muito frio”, “Tá muito quente”, “Tô cansado”, “Hoje é quinta, quinta não combina com agachamento”. E a melhor: “Segunda eu começo.”

O cérebro quer conforto. Mas sabe o que ele não entende de cara? Que o desconforto controlado do treino é o mesmo que te salva de problemas reais no futuro: pressão alta, diabetes, dores crônicas, baixa autoestima e aquele famoso “não tenho pique pra nada”.


Sedentarismo mata. Literalmente.

Estudos mostram que o sedentarismo é tão prejudicial quanto fumar. Ele aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade e até certos tipos de câncer. E o pior: ele engana. Porque no início, parece inofensivo. Você pula um treino aqui, uma caminhada ali, e de repente está há três anos sem nem dar bom dia pra sua panturrilha.

E depois dos 35, meu amigo, o corpo começa a cobrar juros. Perde-se massa muscular naturalmente, o metabolismo desacelera, e a flexibilidade vai embora sem nem deixar bilhete de despedida. É nessa fase que o exercício físico deixa de ser vaidade e vira necessidade.


Como educar o cérebro a gostar (ou pelo menos aceitar) o treino?

A boa notícia é: o cérebro é teimoso, mas treinável.

Aqui vão algumas dicas práticas e bem-humoradas de como enganar esse safado e colocar o corpo pra mexer:

  1. Comece pequeno
    Seu cérebro entra em pânico quando ouve "1 hora de treino". Então comece com 10 minutos. Sim, só 10. Se depois disso quiser parar, pode parar. Mas provavelmente vai continuar. O difícil é só começar.
  2. Treine em casa
    Sem tempo pra academia? Tranquilo. Dá pra suar a camisa na sala mesmo. Tênis, um colchonete e 2 metros quadrados livres já resolvem.
  3. Associe com prazer
    Coloque sua música favorita, aquele podcast que você ama, ou até sua série (desde que não fique deitado). Faça da atividade algo mais leve e divertido.
  4. Estabeleça metas ridiculamente fáceis no início
    Tipo: “Hoje só vou fazer 5 agachamentos.” Pode parecer pouco, mas ajuda a criar o hábito. É o famoso "ritual da presença". Uma vez que você coloca a roupa de treino, já está meio caminho andado.
  5. Crie um “calendário da vergonha”
    Pendure um calendário na parede e marque com um X cada dia que você se movimentou. Quando tiver vários dias em branco, a culpa bate — e funciona!



Treinos curtos pra fazer em casa (sem precisar de aparelhos caros ou um personal morando contigo)

Aqui vai uma sugestão de treino funcional de apenas 15 minutos. Faça 3 vezes por semana e você já estará na frente de 80% da população:

Circuito (30 segundos por exercício / 10 segundos de descanso entre eles):

  1. Agachamento livre
  2. Polichinelo
  3. Prancha (pode ser com os joelhos no chão no início)
  4. Corrida estacionária (correndo parado, levantando os joelhos)
  5. Flexão de braço (ajoelhado, se for iniciante)
  6. Elevação de quadril (deitado, levantando o bumbum)
  7. Abdominal simples

Faça esse circuito 2 a 3 vezes. Em 15 minutos, você já ativou músculos, coração e autoestima.


Exercícios fundamentais para quem tem mais de 35 anos

A partir dos 35, o foco do treino deve ir além da estética. Aqui vão os pilares:

  1. Força – Para evitar perda muscular e prevenir quedas no futuro.
    Exemplo: agachamento, flexão, remada com elástico.
  2. Mobilidade e Flexibilidade – Pra não travar as costas ao amarrar o tênis.
    Exemplo: alongamentos dinâmicos, rotações de quadril e ombro, postura de gato-vaca.
  3. Cardiorrespiratório – Porque subir escada sem bufar é o novo luxo.
    Exemplo: caminhada rápida, pular corda, subir e descer degraus.
  4. Equilíbrio – Fundamental pra manter independência e evitar acidentes bobos.
    Exemplo: ficar em um pé só, exercício com apoio instável (almofada, por exemplo).

 

O corpo pode até reclamar no começo, mas o cérebro aprende. Treinar não precisa ser sofrido nem demorado. Precisa ser feito. E com regularidade. Se a ideia de malhar ainda parece absurda, comece com o mínimo. O importante é não parar. Afinal, como eu sempre digo: melhor suar agora do que chorar no cardiologista depois.


Bora mexer esse esqueleto!

@treinador.molina

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